A atividade física tem um papel relativamente pequeno no controle do peso e a atenção de políticas públicas contra a obesidade deveria estar na qualidade da alimentação - é o que defende um artigo assinado por médicos em uma publicação científica britânica.
- A atividade física regular reduz o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, demência e algumas formas de câncer em até 30%, escrevem pesquisadores no (British Journal of Sports Medicine).
Eles dizem querer desfazer o que chamam de mitos sobre exercício e obesidade. -A atividade física não promove a perda de peso, argumentam.
O texto, assinado por três especialistas da G...
[Leia mais]A atividade física tem um papel relativamente pequeno no controle do peso e a atenção de políticas públicas contra a obesidade deveria estar na qualidade da alimentação - é o que defende um artigo assinado por médicos em uma publicação científica britânica.
- A atividade física regular reduz o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, demência e algumas formas de câncer em até 30%, escrevem pesquisadores no (British Journal of Sports Medicine).
Eles dizem querer desfazer o que chamam de mitos sobre exercício e obesidade. -A atividade física não promove a perda de peso, argumentam.
O texto, assinado por três especialistas da Grã-Bretanha, Estados Unidos e África do Sul, põe a culpa do problema da obesidade no alto consumo de açúcar e carboidratos nas dietas modernas.
E ataca a indústria alimentícia por incentivar a percepção equivocada de que o exercício possa compensar os efeitos negativos da má alimentação.
- A Coca-Cola, que gastou US$ 3,3 bilhões em publicidade em 2013, empurra a mensagem de que "toda caloria vale"; eles associam seus produtos com o esporte, sugerindo que "é tudo bem consumir suas bebidas desde que você se exercite", escrevem.
- A ciência nos diz que isto é enganoso e equivocado. O que é crucial é a origem das calorias. As calorias do açúcar promovem depósitos de gordura e fome. As calorias da gordura promovem saciedade.
Mau Hábito
Os cientistas dizem que até 40% dos indivíduos com peso considerado normal enfrentarão anormalidades metabólicas associadas com a obesidade por causa de hábitos alimentares inadequados.
Também observam que a obesidade representa apenas a ponta do iceberg dos efeitos adversos da má alimentação na sociedade.
Segundo o relatório sobre o peso global das doenças da (publicação científica) Lancet, uma dieta pobre já gera mais doenças que a inatividade física, o álcool e o fumo juntos.
Para o cardiologista Aseem Malhotra, da Academy of Medical Royal Colleges, na Grã-Bretanha - um dos médicos que assinam o artigo - uma pessoa obesa não precisa fazer nenhum exercício para perder peso, só precisa comer menos.
- Minha maior preocupação é que a mensagem que está sendo transmitida ao público sugere que você pode comer o quanto quiser, desde que se exercite.
- Isto não tem base científica. Você não pode compensar os efeitos de maus hábitos alimentares fazendo exercício.
Pouco Científico
Mas para outros médicos, minimizar a importância do exercícios físicos é arriscado.
Mark Baker, do Instituto Nacional de Saúde e Excelência do Tratamento, recomenda: -uma dieta equilibrada em combinação com a atividade física. Para ele, seria uma idiotice abrir mão de uma coisa ou de outra.
A federação britânica de comidas e bebidas
disse que: -os benefícios da atividade física não são uma moda ou conspiração da indústria.
- Um estilo de vida saudável deve incluir tanto uma dieta equilibrada quanto exercício físico, disse uma porta-voz.
A indústria diz que se compromete com esse objetivo ao incluir informação nutricional nas embalagens e oferecer alimentos com menor teor de sal, açúcar e gordura.
- Esse artigo parece questionar a raiz de recomendações oficiais para o consumidor que se baseiam em fatos, atacou a porta-voz. Isso cria confusão.
» Procure sempre um profissional de saúde para obter orientação especializada.
Créditos: Conteúdo publicado no site do programa "Bem-Estar" da TV Globo.